Registros

Com pouco tempo agora mas gostaria de deixar alguns registros importantes.

Dia 11, no SESC Anchieta às 20hs fui a um encontro com Sotigui Kouyaté. Foi uma experiência, marcante que ainda perdura apesar de ter durado algumas horas.

Tenho andado um pouco perturbado com algumas reflexões e questões que vem surgindo nas últimas semanas. Preciso encontrar um tempo para me organizar por escrito.

Sábado encontrei com meus filhos e voltamos juntos para minha casa onde ficaremos até o Natal. Meu dia-a-dia está completamente fora da rotina... Isso também é muito bom.


É sempre bom que possamos estar com as pessoas que gostamos e melhor ainda quando elas nos envolvem, mudam nossa rotina e nos tiram do automático.

Aliás, sobre sair do automático, outro registro: meus filhos assistiram um desenho simpático chamado George, o curioso. Não pude ver tudo mas os trechos que vi me chamaram muito a atenção e quero ver se assisto antes de devolver o filme.

O que me chamou mais a atenção passando na sala foram as músicas de Jack Johnson em especial uma que descobri depois que se chama Upside Down:

Who's to say what's impossible?
Well they forgot this world keeps spinning
And with each new day
I can feel a change in everything

And as the surface breaks reflections fade
But in some ways they remain the same
And as my mind begins to spread it's wings
There's no stopping curiosity
...



Fim de semana

Qual a relação entre Tai Chi, música, cozinha, amigos, leitura e filmes? Pelo menos, nada além de meu interesse e do ótimo final de semana que passei nestas atividades apesar de alguns problemas em minha vida.

Sexta a noite assisti ao filme: Heróis Imaginários (Imaginary Heroes). O filme é muito bom embora seja muito referenciado na cultura norte-americana e no seu modo de vida. No entanto, o valor do filme não se perde nisto e o diretor Dan Harris apesar da pouca experiência em direção (como ele mesmo diz na entrevista) mostra um filme bem feito e que nos toca e emociona. Vale a pena conferir e gostei muito da atuação de Sigourney Weaver também.



Sábado fui em um encontro da minha turma de Tai Chi. Pratico a poucos meses mas houve um encontro de vários alunos de nossa mestra e fizemos apresentações do que aprendemos este ano e pudemos conhecer outras formas, conhecer outros alunos e celebrarmos o ano que se vai e o ano que vem.

Começamos todos juntos fazendo a forma de 24 movimentos (que estou aprendendo) ao som da música "Imagem" de Aurio Corrá e me senti leve, muito leve, feliz e muito bem de poder estar ali naquele momento. Com 3 meses de prática percebo que o Tai Chi me ajudou a controlar minha ansiedade além do prazer da sua prática.



A tarde fui a uma apresentação da banda vocal Perseptom. Gostei muito das técnicas que eles usam para fazerem bateria, pandeiro e chocalhos feitos só na voz que preenchem e completam os solos e arranjos vocais feitos com interpretações bonitas e uma interação gostosa com o público.


De noite fui visitar um casal de amigos e foi um encontro muito legal também para conversarmos tomando vinho e comendo queijinhos.

No domingo, caminhada no parque, preparando um peixe assado (filet de Saint Peter com cebola, tomate e azeite), salada e sorvete. Domingão é para isto não? Depois tirei uma folga para ler.

De noite, assisti a outro filme: Eu, você e todos nós (Me and you and everyone we know). O filme tem uma estória contada de forma bonitinha mas impregnada de tristeza e várias denûncias. O filme prendeu minha curiosidade no início, em especial com um monólogo da protagonista na abertura. Talvez isto tenha me feito esperar mais do filme e acho que muitos temas bons foram tocados mas sem um aprofundamento adequado.


De tudo um pouco, provando ali e aqui na jornada, descansando e renovando sigo a jornada. Um ótimo dia e uma semana proveitosa para todos!

Limites e escolhas




Hoje acordei tarde para a minha caminhada. Mais tarde me arrependi por não ter dormido cedo. Inevitável: fico me perguntando porque eu não consigo cumprir minhas proposições.

Alguns dias atrás minha mestra me falou de como nos iludimos acreditando que temos controle sobre nossa vida. Eu estranhei isto porque não acho que tenhamos controle sobre tudo que nos acontece mas sempre acreditei que podemos controlar a maioria de nossas atividades.

Acho que começo a compreender o que foi dito. Realmente não temos este controle. Nosso ser não responde passivamente ao que comandamos. E se não o faz passivamente, então o controle é uma ilusão. Isto parece óbvio mas não é.

Talvez possamos ter a liberdade de escolher se estivermos atentos aos nossos limites e ao nosso ser. Ontem, eu não me deitei cedo porque dei pouco valor a minha necessidade de descanso que é um limite de meu corpo.

Envolvido e entusiasmado com o que fazia ontem a noite, desperto e desatento ao meu corpo dormi tarde. Porém em vários momentos eu já havia percebido a necessidade do descanso e do exercício e também já me propusera estes cuidados.

Não tenho controle sobre meu ser inteiro mas posso aceitar os limites e as necessidades. Assim é possível buscar o aprendizado das escolhas em parceria com todo o meu ser. Não parece haver outro caminho possível para exercer minha liberdade.

Lembro agora também um outro ponto de que ela me falou alguns meses atrás: as escolhas mais fáceis são as mais caras. Eu mesmo ainda me pergunto muitas vezes porque o mais fácil é mais custoso. Percebo que ainda não adquiri esta sabedoria embora eu a reconheça.

Ainda me parece que posso ter ganhos fáceis e sem custo.

Porém percebo agora ainda com a razão que o fácil que não nos custa nada é um presente. Uma gratuidade do universo ou de outras pessoas. Porém se nos cabe uma escolha parece ser verdade que o caminho mais fácil tem o custo mais alto para nosso ser.

Assim ontem, em uma perspectiva temporal inadequada escolhi o imediato presente em detrimento do que estava mais afastado. Percebo como o imediato presente foi mais fácil e o mais fácil me custou mais.

Quantas vezes vou precisar passar por isto até aprender? Porque é tão difícil?

Novamente vejo como a sociedade ao meu redor dá pouco valor e confunde todo este assunto. A ideologia nos faz crer que podemos fazer o que nos propusermos e que tudo se trata de uma questão de força de vontade, disciplina e método.

Tampouco se discrimina o que é dádiva do que é conquista e escolha. Porque a escolha nos coloca frente ao nossos limites. Somos ensinados de que não existem limites.

Preciso estar atento a isto.

Forma e conteúdo

Pode parecer óbvio mas não devemos confundir a forma com o conteúdo. A forma é transitória e pode ser imposta ao conteúdo com alguma arte. O conteúdo também pode mudar mas as mudanças na forma são mais rápidas e nem sempre evidentes.

Faz parte de nossa natureza a dificuldade de perceber a transitoriedade das formas. Isto nos ilude e nos afasta do real. Também costumamos interpretar os conteúdos nas formas que são mais convenientes e que demandam menor esforço do nosso ser.

Muitas vezes permitimos as ilusões. Algumas vezes, buscamos as ilusões.

Hoje me senti confuso diante de uma forma boa de agradecimento e congratulação. Percebi depois que havia algo errado. Um agradecimento e uma congratulação sincera viriam de outra forma.

As palavras e o momento pareciam justos mas faltou algo e senti um vazio e uma impressão ameaçadora. Meu desejo de ser reconhecido e elevado se manifestou no íntimo. Isto me deixou constrangido e confuso.

Não tenho certeza das motivações deste ato e precisei de algum tempo para me convencer de que não era bom para mim. Desconfio mesmo de que eu tenha servido em algum outro propósito.

Hoje também em outro momento pude perceber que eu me mantinha uma percepção errônea de um momento de minha vida.

Sempre acreditei que na época da faculdade eu estava em movimento de busca e de mudança e que havia me desviado. Porém eu vivia na forma sem que isto fosse uma manifestação autêntica de meu ser.

Então não houve um desvio mas uma mudança na forma. O conteúdo e a essência de meu ser continuaram por muito tempo vagando sem fundamentos e sem consciência.

É preciso muita atenção.

Alegria e tensão



Uma situação tensa no trabalho faz novamente figura de fundo na minha vida trazendo preocupações sobre o futuro.

Tento me lembrar que me preocupar com o futuro ou lembrar do passado é deixar de me ocupar no presente. Não é difícil me ocupar e me despreocupar.

Me sinto bem e sei que isto se deve principalmente ao dia bonito e ao bom final de semana que passei com meus filhos. Eles reconstituem minha energia vital e me animam de modo irrefutável.

Então apesar dos problemas me sinto muito bem.

Adicionei um link com o blog do Affonsinho. Pouco a pouco vou "decorando" o blog ao meu gosto.

Bom dia e uma ótima semana!

Iniciando

"Wisdom is not communicable. The wisdom which a wise man tries to communicate always sounds foolish... Knowledge can be communicated, but not wisdom. One can find it, live it, do wonders through it, but one cannot communicate and teach it. " - Hermman Hesse

O ser humano tem este anseio natural de compartilhar suas experiências. Creio que é um desejo natural de superarmos nossa finitude e as limitações impostas pelas nossas condiçõees naturais.

Também tenho este anseio e precisava de um meio para registrar meu aprendizado e minhas experiencias nesta jornada que chamam de minha vida.

Trata-se somente disto: tomar notas de experiências, percepções e aprendizados. O essêncial é fazer memória desta jornada de minha vida como quem junta as figuras de um quebra-cabeça.

Se o que eu escrevo vibrar no teu coração e se quiseres me falar e se deste encontro nos tornarmos mais gente e pudermos ser mais fieis às nossas buscas, tanto melhor!

Pois se a sabedoria não pode ser compartilhada ainda creio que seja bom poder dividir as experiências e aprendizados com aqueles que encontramos na estrada.

Um grande abraço,
Fernando