Upside Down

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Who's to say
What's impossible
Well they forgot
This world keeps spinning
And with each new day
I can feel a change in everything
And as the surface breaks reflections fade
But in some ways they remain the same
And as my mind begins to spread its wings
There's no stopping curiosity

I want to turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to Mother Nature's songs
I don't want this feeling to go away

Who's to say
I can't do everything
Well I can try
And as I roll along I begin to find
Things aren't always just what they seem

I want to turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to Mother Nature's songs
This world keeps spinning and there's no time to waste
Well it all keeps spinning spinning round and round and

Upside down
Who's to say what's impossible and can't be found
I don't want this feeling to go away

Please don't go away (3x)
Is this how it's supposed to be (2x)

Tradução (do site do Terra)

Quem vai dizer o que é impossível?
Bem eles esqueceram que este mundo continua girando
E a cada novo dia eu posso sentir uma mudança em tudo

E enquanto a superfície quebra, reflexos enfraquecem
Mas de algum modo eles permanecem os mesmos
E à medida que minha mente começa a abrir suas asas,
Não há limites para a curiosidade

Eu quero virar a coisa toda de cabeça para baixo
Eu vou encontrar as coisas que eles dizem que não podem ser encontradas
Eu compartilharei este amor que eu encontro com todo mundo
Nós cantaremos e dançaremos às canções da mãe natureza
Eu não quero que este sentimento vá embora

Quem vai dizer que eu não posso fazer tudo
Bem eu posso tentar
E enquanto eu giro eu começo a descobrir
As coisas nem sempre são como parecem

Eu quero virar a coisa toda de cabeça para baixo
Eu vou encontrar as coisas que eles dizem que não podem ser encontradas
Eu compartilharei este amor que eu encontro com todo mundo
Nós cantaremos e dançaremos às canções de mãe natureza

Este mundo continua girando e não há tempo a desperdiçar
Bem tudo continua girando girando em círculos e de ponta cabeça

Quem vai dizer o que é impossível e não pode ser encontrado?
Eu não quero que este sentimento vá embora

Por favor não vá embora (3x)

É assim que deve ser? (2x)

Pais e filhos

Não, hoje não é dia dos pais.

Então por isto mesmo, vou falar dos meus dias de pai. Ontem aconteceram algumas coisas que me troxeram outras lembranças e reflexões que resolvi compartilhar. Estou com meus filhos nos últimos dias de férias deles até o carnaval. Como estou trabalhando não posso dar toda a atenção que eu gostaria mas fazem dois anos que venho praticando estes encontros nas férias deles convivendo comigo nos dias normais de trabalho.




Ontem, meu filho acordou e me viu na cozinha fazendo café e me perguntou aonde eu ia. Respondi que não ia para lugar algum e ele quis saber porque eu estava arrumado para sair. Expliquei então que eu gostava de me vestir para trabalhar como as outras pessoas fazem. Ele achou engraçado já que eu trabalho em casa e eu, achei graça também.

As mudanças em minha vida são enormes. Passo a maior parte do tempo aqui sozinho e realmente receber duas crianças aqui muda tudo. Para eles é férias mas para mim é uma prática de nos conhecermos e aprendermos a conviver juntos. No início surgem estranhamentos de todos mas com o tempo nos acertamos. Aprendemos a conviver e começamos a aproveitar uns aos outros, como aconteceu ontem.




Me lembro de quando me separei minha maior preocupação eram justamente como eles ficariam naquele turbilhão de acontecimentos. Me sentia muito responsável pelo que aconteceria a partir daquele momento e depois vi que realmente dependia muito de mim e da mãe deles. Felizmente para todos, fomos capazes de nos entender bem nisto e sem dúvida alguma por um grande esforço e pelo que percebo ser um grande mérito dela.

Depois uma terapeuta me contou que os homens em geral criam vínculos com os filhos no casamento através das esposas-mães e que nas separações eles precisam construir (ou reconstruir) vínculos diretos com os filhos. Foi exatamente o que precisei fazer porque até então quase tudo com eles era intermediado pela mãe.



Infelizmente, muitos não conseguem fazer isto e a relação fica limitada ao pagamento dos alimentos e aos encontros periódicos repletos de estranhamentos. Não são incomuns os pais que deixam os filhos com os avós e inventam mil motivos para darem uma saída ou que deixam os filhos na companhia da TV, do DVD ou dos "games" e vão dormir. A tentação é grande.



Isto quando pagam os alimentos e quando ainda pegam as crianças.

Alguns pais podem achar que isto não acontece com eles e que não precisam construir vínculos porque eles amam e sempre amaram os filhos. Gostaria assim de deixar um pedido para os homens que se separam: não pensem que é ficção, a maioria de nós pais realmente precisa recontruir estes vínculos.

No fundo e a bem da verdade, acontece com as mães também. Que mulher entra na sala de parto sem vínculos com a imagem de seus filhos? Toda mãe não precisa se desfazer das ilusões e adotar a pessoinha real que encontra em seus braços? Infelizmente aqui também nem todas conseguem e como é mais complicado para uma mãe abandonar os filhos (como fazem alguns pais), muitas passam a vida tentando transformar aquela pessoa na imagem que cultivaram.



Descobri então depois que além de criar estes vínculos e desenvolver este amor com meus filhos havia aprendido a fazer isto também com os filhos de outras pessoas. Na verdade acho que todos nós, precisamos fazer isto. E no final é bem mais fácil com as crianças. Ver a pessoa, aprender sobre ela, compreender, respeitar e desenvolver o amor.

Assim, criamos nosso jeito de cuidar de criança e talvez de adulto e de velho. Assim, percebi que isto não é tão difícil depois que começamos a aprender porque o amor também acontece assim: no exercício da convivência, do cuidado, do respeito e do aprendizado de se dar ao outro.

De volta às Formigas e às Cigarras...

Dando seguimento ao tema da Cigarra e da Formiga...

Eu queria ser Cigarra. Houve uma época em que tinha mil planos e sonhos: teatro, capoeira, poesia, contos, literatura, psicologia e filosofia, viagens, lutar pelas injustiças e por um mundo melhor com menos fome, miséria e lutas pelo poder.

A Engenharia era o território dos resultados obtidos com planejamento e esforço, campo de estudos teóricos ou empíricos embebidos da visão determinística e das buscas das relações de causa e efeito sem valorizar o ser humano.

Via que mesmo apesar dos esforços de muitos as tecnologias e as técnicas serviam ao capital, ao poder, a destruição do ambiente e ao embotamento do ser humano. Assim, apesar de muitos cientistas e técnicos lutarem contra isto, no final os esforços eram em vão. Uma mudança era necessária no ser humano, uma mudança humanística e holística. Ali deveriam estar os esforços.

Então, lá fora o mundo parecia um campo de possibilidades ilimitadas e muito mais interessantes enquanto eu resolvendo problemas de cálculo e física buscava boas notas e aprovações nas disciplinas. Investindo na promessa de um futuro melhor com independência financeira, sucesso profissional e segurança. Uma promessa vaga demais diante dos convites do presente. Um investimento que parecia perpetuar tudo que eu achava errado.

Diante disto eu simplesmente não resisti e me joguei em diversas experiências assim como saí na busca ansiosa de um auto-conhecimento e de um conhecimento do mundo. Foi um período muito rico de minha vida e uma das épocas que me traz saudades só que vivi e pelas pessoas que conheci mas pela disposição interior em viver o novo. De imediato, ganhei o apelido de "Louco".

Com o tempo, fui me deparando com os limites. A vida nos extremos experimentando de tudo não era apoiada pela família, professores e nem mesmo pelos meus colegas que seguiam com seriedade a busca pelo sucesso profissional. Assim, me senti forçado a fazer escolhas, assumir alguns compromissos e passei a arcar com minhas escolhas mesmo sem desejar muitas delas.

Então ser Cigarra me pareceu apenas um sonho, distante e impossível. Segui então, resignado, o caminho da Formiga. Sobrevivi muitos invernos mas não posso dizer que tenha sido uma vida satisfatória e sempre me expliquei achando que no fundo eu era mesmo uma Cigarra e a vida da Formiga não me faria feliz. Pesava o que parecia ser a falta de coragem de ser de outro modo.

Faz pouco tempo venho retomando este assunto... Hoje vejo que se eu fosse mesmo Cigarra, não teria suportado a vida de Formiga. Então acho que sou mesmo uma Formiga que precisa compreender nas entranhas (e não somente com estes raciocínios...) que só podemos ser o que somos, que ser Formiga é importante e necessário, e que as Cigarras precisam de Formigas que lhes dêem valor.

Resumindo, sendo Formiga ainda admiro e amo Cigarras. Sendo como sou não preciso deixar de sonhar e nem de saborear e dar valor a tudo de bom que as Cigarras fazem e produzem e que resgatam de uma forma ou de outra meus sonhos da juventude.

Pausa

Exausto do trabalho resolvi dar uma pausa e caminhar pelo jardim da poesia. Como sempre entrei hesitante olhando tudo ao redor. Tudo me interessava ali mas cada verso, cada linha, cada palavra exigia atenção absoluta...

Meu coração foi se apaziguando, a adrenalina foi se dissolvendo... Já não ouço os sons da batalha e dos pensamentos: vistoria, sistema com problemas, tensão, pressão... Se faz então, quase total silêncio ao meu redor não fossem as crianças que brincam na sala.

Passo as mãos pelo cabelo, depois pelos olhos e escorrego um carinho nos braços que arrepiados me dão conta de que eu sou mais do que um ser que raciocina sobre problemas complicados com olhos para ver monitor, ouvidos para ouvir conversas, boca para falar e mãos para teclar.

Me dou conta de que existe um corpo e uma alma. Relaxo alguns músculos... Me levanto um pouco e ando. Tomo um copo de água e sigo por este jardim do reino das criações.

Sigo então nesta imensidão de versos e histórias de grandes pessoas quando encontro um senhor de que muito ouvi falar: Bertolt Brecht. Que sei dele? Pouco... Quase nada.

Me vejo então diante deste que sentado em um banco deste imenso jardim com as mãos atrás da cabeça me olhava nos olhos com um sorriso maroto. Ansioso por partilhar de sua intimidade, lhe pergunto com arrogância:

- Porque me chamou? - Ele me responde:

- Eu não sei. O que importa? Deixe de pensar demais... Sente aqui vai!

Sento e ouço o que me diz.

Voltei alguns minutos depois: alma renovada, desperto!

Releituras - Bertolt Brecht - "Aos que vierem depois de nós" - Tradução de Manuel Bandeira.

Tudo a ver.

Preces...

Pai nosso que estais no Céu,
santificado seja o Vosso Nome,
venha a nós o Vosso reino,
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do mal.

Amém.





Ave Maria cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre
Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte.

Amém.



A Cigarra e a Formiga

Em um dia de verão no campo a Cigarra passava o tempo tocando e cantando para a alegria de seu coração. Uma formiga passou carregando com grande dificuldade uma espiga de milho que levava para o ninho.

"Porque não senta para conversarmos um pouco," disse a Cigarra, "ao invés de ficar se matando deste jeito?"

"Estou ajudando minhas amigas a armazenar comida para o inverno," disse a Formiga, "e te aconselho fazer o mesmo."

"Porque me preocupar com o inverno?" disse a Cigarra; "temos comida bastante agora."

Porém a formiga seguiu seu caminho e continuou com seu enorme esforço.



Quando o inverno chegou a Cigarra não tinha comida e se encontrou com fome e morrendo enquanto via as formigas comendo todo dia minho e folhas de seus depósitos que haviam preparado no verão. Então a Cigarra compreendeu:

É melhor se preparar para os dias de necessidade.

A fábula de Esopo é conhecida, como é a moral da estória. Na verdade, precisamos lembrar que esta estória quer "ensinar" uma moral com uma imagem simples e marcante que fique armazenada por toda vida.

Crianças, para o bem da verdade, formigas não planejam nada pois são "programadas" fazer sem pensar e, as cigarras vivem quase toda vida na terra se alimentando muito bem, obrigada!

Entrando no espírito da fábula...

Esta é a estória que contaram as Formigas que não morreram no inverno como a Cigarra e infelizmente não conhecemos a versão da desfortunada Cigarra. Não que fosse totalmente diferente mas provavelmente seria uma estória mais longa com detalhes e permeada de reflexões e várias questões sem resposta muito certa.

Na fábula, Cigarra compreende no final que é melhor se preparar para os dias difíceis. Infelizmente porém: compreende errado!

Primeiro porque esta é a fantasia da Formiga que acredita que a Cigarra poderia ter feito o mesmo que ela. Então a Cigarra, sob condições terríveis, morrendo de fome e lembrando do conselho da Formiga acha que agiu errado e se lamenta. Na verdade a Cigarra não poderia ter feito como a Formiga porque ela era outro tipo de ser e fazia as coisas que fazem as Cigarras.

Segundo, se fosse mesmo possível para a Cigarra escolher (coisa de fábulas) também seria possível para a Formiga escolher! E porque a Formiga escolheria fazer todos os esforços no verão para guardar comida e ficar em casa no inverno comendo e dormindo? Provavelmente por medo! Medo de não conseguir ser como a cigarra, medo de não ter quem a ajudasse no inverno...

- Opa! Pare! Mas... Porque a Formiga deixou a Cigarra morrer?

Curiosidades

As cigarras se reproduzem no verão e morrem antes do inverno deixando os ovos que eclodem com as larvas que caem no solo.

As cigarras antes de atingirem a forma adulta se desenvolvem quase todo o tempo como ninfas sob a terra até sofrerem uma metamorfose e completarem seu desenvolvimento. Então cantam.

Em geral as formigas se desenvolvem mais rapidamente que as cigarras até atingirem a forma adulta porém, com excessão das rainhas, as formigas, considerando todo o tempo de vida, em geral morrem antes das cigarras.

Sobre Cigarras
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cigarra

Sobre Formigas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Formiga

Desejos

Um fusca 1965 todo original.



Mas primeiro preciso encontrar um lugar para guardar o carro.

- Vai tentar entender esta pessoa aqui!

:)

Noel Rosa - Poeta da Vila

Queria deixar uma recomendação para assistirem o filme "Noel - Poeta da Vila" dirigido por Ricardo van Steen.



Para quem gosta da música de Noel Rosa, para os que gostam da música brasileira, para os que gostam de samba, para os que gostam do Rio de Janeiro, para os que gostam de Vila Isabel, para os que viveram ou vivem um grande amor e para quem apenas gosta de bom filme...

O filme é emocionante e me deu "saudade do que não vivi". Camila Pitanga está ótima representando Ceci e Rafael Raposo dá conta do papel de Noel muitíssimo bem. Um elenco muito bom. O filme é baseado no livro Noel Rosa, uma biografia (João Máximo e Carlos Didier).

O filme revela e desperta deixando boas recordações porque fala de sonhos, dedicação, conflitos, valores, amores, da vida...



Vou deixar aqui então três letras de músicas que gosto muito e que conheci num disco que meu pai trouxe quando eu era garoto para casa. Aliás eram dois discos com uma coletânea de músicas em uma edição patrocinada pelo Banco do Brasil e homenageando o Poeta da Vila.



Último Desejo

Composição: Noel Rosa

Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete, sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim

E para quem quiser ouvir uma interpretação de Maysa acompanhada por Hildo Hora segue o vídeo que encontrei no YouTube. Os que não gostam muito dos agudos da gaita podem atenuar isto ou diminuir um pouco o volume.



Pra Quê Mentir?
Composição: Noel Rosa/Vadico

Pra que mentir se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir?
Pra quê?! Pra que mentir
Se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir, se tu ainda não tens
A malícia de toda mulher?
Pra que mentir se eu sei que gostas de outro
Que te diz que não te quer?
Pra que mentir
Tanto assim
Se tu sabes que eu já sei
Que tu não gostas de mim?!
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?!

Conversa de botequim
Composição: Noel Rosa e Vadico

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...

Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol

Para estas duas últimas fico devendo o vídeo ou áudio.

A partir de hoje...

Vou mudar, mudemos todos os insatisfeitos agora porque como alguém disse antes: se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, continuaremos obtendo o que temos obtido.

:)

Insônia

Acordei agora. Dia 5 de Janeiro de 2008. São 4 horas. Sem sono.

Tenho dificuldade em expressar o que sinto e o que penso em palavras. Quero resistir ao silêncio diante de toda a vastidão de emoções, lembranças de minha vida e pensamentos que estão comigo agora. Preciso escrever.

Mas será que realmente adianta falar, escrever ou pensar nesta hora? Hoje preciso de paz e quero desejar a paz para você que me lê agora. Seja o teu agora manhã, tarde ou noite.

A pouco li em uma mensagem que me deixou admirado com um sorriso de alegria: "Amar e respitar o próximo como a si mesmo."

Inevitavel para mim refletir sobre isto. O que é o amor? Quem é o próximo? E como é amar a si mesmo?

Me recordo então de tudo do que aprendi vários anos atrás. Pego a Bíblia e lei o evangelho de Mateus. Lindas passagens que me emocionam e me evocam tantos ensinamentos de Jesus que se fundem com ensinamentos de outros mestres e que me fazem novamente lembrar que a verdade é somente uma.

Penso cada vez mais que as pessoas precisam mais amarem a si mesmas. Cuidarem de si mesmas. Olharem e respeitarem a si mesmas. Isto não é egoísmo. Isto é fundamento para o amor ao outro. Porque todos somos um.

Penso que não existe caminho para a alma e para o ser que não seja se olhar, estar consigo, suportar a si mesmo e se conhecer porque somente assim poderemos olhar para os outros justamente porque nada do que acontece aos outros é desconhecido de nossa alma.

E por mais que desejemos o bem de alguém não podemos forçar o bem. Porque nada que se força ou se impõe faz bem. Então é uma escolha de cada um seguir ou não neste caminho.

Mudar, transformar nosso ser e enfrentar nossos dragões rompendo as muralhas dos castelos que permitimos se erguerem ao nosso redor durante a vida. Isto requer coragem e humildade.

Encontrei no evangelho de Marcos também este versículo:

Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, vai salvá-la.

E perder a vida não é se matar ou se arriscar sem cuidado. Perder a vida é buscar e se entregar a vontade de Dele. Deixar nossa vontade mesquinha, nossos projetinhos de vida e nossas idéias do que é certo e errado e se por em busca e aprendizado. Se por no caminho de mudanças abandonando a vida antiga.

Mais uma vez, repito: esta jornada só pode ser feito por cada um de nós.

E isto me parece ser o grande ensinamento de todos os mestres. Não existe saída para as pessoas, para os relacionamentos ou para a humanidade que não venha da transformação de cada um de nós. É uma escolha livre e não poderia ser de outra forma.

Custei muito a entender isto e tentei por muito tempo, no meu orgulho ajudar as pessoas que amo. Deixava de ver a trave nos meus olhos para cuidar do cisco nos olhos dos outros.

A verdade é que cada um de nós é livre e a mudança só pode vir de nossa própria iniciativa.

Também não percebo lugar de repouso sem mudanças a minha volta como alguns desejam.

Pelo menos não existe nesta vida. Vejo que as pessoas que resistem a esta verdade sofrem demais ou levam sofrimento para os outros.

Então, no exercício da liberdade podemos escolher voltar nossos olhos para nossa alma e buscarmos nos conhecer e descobrir a vontade divina e nosso movimento neste mundo de mudanças ou podemos resistir as mudanças e buscar uma segurança e quietude ilusórias nos bens materiais, no conforto e no poder.

Eu escolhi evoluir e mesmo tendo feito esta escolha ainda falho, erro, me perco, me confundo... Porém não quero desistir. Acredito que possa ser cada vez mais sal e luz para o mundo.

Não creio nisto porque está escrito na lei de Deus ou dos homens mas porque quero ser o sal e a luz para meu ser e porque todos somos um. Acredito porque não vejou outra saída.

E somente assim se fará o Reino de Deus: reino de paz, justiça e amor. E creio que o Reino se fará sempre para os que compreendem que todos somos um com o divino e tudo muda e não adianta resistir mas acompanhar o fluxo da vida fora e dentro de nós mesmos.

Assim, repito mais uma vez: buscarmos a nós mesmos é buscarmos a vontade divina e ao outro e somente assim poderemos levar paz, harmonia, amor, amizade e esperança para os irmãos. Somente assim poderemos ser sal e luz para o mundo.

“Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades”.Epicuro (341-270 a.C., filósofo grego)

Gosto desta frase porque me lembra que as jornadas em que se formam os bons marujos não é fácil. Isto vem de encontro ao que diz Jesus também quando nos recomenda escolher a porta estreita porque a larga é o caminho que conduz a perdição e infelizmente muitos seguem por ele.

É fácil ser justo na colheita farta. Difícil é repartir o pão quando temos pouco. Esta é a porta estreita. Não é fácil o seguimento de nenhum dos mestres.

Infelizmente como eu disse antes não podemos evitar que o outro não deseje seguir pela porta estreita. Não podemos carregar a cruz dos outros. Podemos ajudar e mostrar o caminho mas cada um precisa pegar sua cruz e carregar sozinho.

A ti que neste dia me procurou quero te dizer que desejo muito teu bem. Minha vontade era poder estar com aí com você e conversar. Conversar por muito tempo. Quem me conhece sabe que eu gosto muito de conversar sobre as coisas do coração e da alma.

No passado fui chato com isto, lutei com as pessoas para poder transformar elas. Para mostrar e discutir com elas sobre o que aprendia e via cada dia mais. Hoje, procuro me lembrar de que também estou aprendendo e somente posso compartilhar.

E compartilhar é assim, precisa que o outro também queria né?

Eu sou assim, gosto de trocar olhares, trocar palavras e sorrisos. Gostaria de poder te dar o que de melhor eu tenho e posso dar para qualquer pessoa hoje: meu ser. Para poder me transformar e te transformar.

Como eu disse uma vez em um poema chamado Porvir (Junho 2007):

"O olhar do outro é sempre uma janela para mim. Assim também sou a janela para quem me olha. Quero ser sempre assim: janela ampla, silenciosa e aberta para o olhar."

Eu fiz minha escolha de seguir nesta jornada e nesta busca de buscar a mim, buscar o sentido da vida, buscar meus irmãos e irmãs, buscar aceitar a mudança, busca de aprender e viver.

Não me arrependo de minha escolha e reafirmo ela todos os dias mas é difícil, muito difícil! Quem está nela sabe como é difícil e muitas vezes solitária esta busca de se conhecer e ser.

As mensagens deste blog são para mim como garrafas que lanço ao mar durante minha jornada na esperança de que um dia encontrem alguém e que este alguém possa ler, sentir, compreender e compartilhar comigo um pouco de si.

Quase 7 horas, cansado, preciso dormir um pouco mais.

Você que me lê... Tenho esperanças de que até me escreva também e compartilhe comigo o que desejar, assim, nos sentiremos menos sós...

Beijos, força e tudo de bom!

Amor nos Tempos do Cólera

Assisti esta semana o filme Amor nos Tempos do Cólera. O filme é baseado no romance de Gabriel Garcia Márques e tem um elenco bem diversificado com ótimos atores de diversas nacionalidades.



Apesar da bela história e dos atores que na minha opinão estão ótimos fiquei com uma impressão desagradável durante e depois do filme. Foi como se tivessem enfiado uma mão nas minhas entranhas e remexido tudo mas sem nenhum sentido.

Naturalmente esta é uma impressão pessoal pois o filme me evoca muitas experiências difíceis e daí a impressão de remexer as entranhas. Por outro lado, creio que o sentido nem sempre está evidente no que vivemos ou pelo menos nem tudo é evidente e sempre há o que se descobrir.

Então, pelo menos para mim que ando em buscas, remexer as entranhas e despertar uma busca de sentidos já faz valer a experiência do filme.

:)



A história de um homem que espera por toda a vida pelo seu amor é inverossímil mas quem dirá que não é possível? Fiquei com uma vontade enorme de ler o livro e conhecer com mais detalhes a personagem de Fermina Urbino e Florentino Ariza. Porque ela deixou seu grande amor por ilusões justamente argumentando que o amor era uma ilusão? O que sustentou este homem durante sua vida?



Por último mas com igual importância vale lembrar que no filme trabalham também brasileiros a se destacar Fernanda Montenegro e o diretor de fotografia Affonso Beato (ele também trabalhou no filme Deus é Brasileiro). E como sempre se destacam admiravelmente!



É estranho um filme baseado em um romance latino americano que se passa em um país da america do sul, com atores latino americanos e europeus falando em inglês. Toda a mistura de sotaques me faz imaginar qual é o público alvo... O mercado americano?

Enfim, mesmo com algumas suspeitas ainda acho que o filme merece ser visto e que pode fazer bem ou pelo menos despertar em vocês a curiosidade de ler o livro como aconteceu comigo.